Como comprei a passagem
Não. Não foi a minha primeira viagem. Mas foi a primeira que planejei ir sozinha. Não foi intencional. Foi um daqueles acasos fortuitos (serendipity!) que a vida te traz, um daqueles momentos que te mudam pra vida inteira. Claaaro que tenho que contar como aconteceu.
Tinha acabado de voltar de uma viagem de final de semana para Belém/PA, minha terra natal (vai ter um post especial sobre ela ♥), estava no trabalho quando, ao olhar o feed de notícias do meu facebook, vi uma postagem do site Melhores Destinos, onde estavam anunciando um suposto bug no site da empresa American Airlines (onde estavam sendo vendidas passagens para Hong Kong por 597 reais).
Como boa geminiana e sua dualidade (believer x cética) paguei para ver. Abri o site da American Airlines e constatei. De fato estavam vendendo passagens para Hong Kong por 600 reais! O detalhe era que a passagem podia ser parcelada em até 5 vezes. E podia realizar reservas. O site Melhores Destinos não garantia que a companhia aérea iria honrar as passagens, um vez que o preço que estava sendo anunciado era tipo um décimo do valor normal.
No primeiro momento fiquei louca, saí falando para todos os meus colegas que estavam por perto. Liguei ainda pros mais queridos (papai, irmã, chefe, alguns amigos) pra avisar. Depois da loucura, comecei a testar várias passagens e vi que o bug era aplicável a qualquer passagem para qualquer lugar no mundo (leia mais sobre o bug aqui).
Mas aí já havia sido sugestionada a ir para Hong Kong. China! Do outro lado do mundo! Inverter o dia pela noite! De repente aquilo que nunca passou pela minha cabeça virou uma obsessão temporária.
Pesquisei uma ida com parada de dois dias em Nova York (♥ meu eterno amor, minha cidade predileta no mundo inteiro ♥), já que estava devendo a minha visita anual e fechei: 10 dias em Nova York e Hong Kong, pagando 890 reais já com as taxas de embarque internacionais!
Deixo minhas experiências em Nova York, inclusive esta antes de Hong Kong para um post particular, para focar no tema do momento (nossa, como sou prolixa! haha) HONG KONG!
Sobre o vôo e entrada no país
A American Airlines tem um vôo direto para Hong Kong, o qual, por sinal, é 9º vôo mais longo do mundo (confira aqui), totalizando 15 horas e 8 minutos de vôo, e foi ESSE MESMO que encaramos.
O vôo sai de Dallas, no Texas, no meio da tarde, 12:20 PM (fuso horário GMT -6) chegando a Hong Kong por volta das 6 da tarde do outro dia (fuso horário GMT +8).
Fui de econômica (também, né, por esse preço...) e tive a sorte de viajante de não ter ninguém sentado nas outras duas cadeiras ao meu lado (ou será que foi a criseee), o que facilitou o descanso nessas quinze horas dentro do avião (tá na hora de botar uma foto, porque eu falo muuuuito!) hahaha
(Avião da American Airlines - Classe Econômica - Vôo AA137)
Cheguei as 6 da tarde do dia seguinte em Hong Kong. Relativamente descansada, pois dei vários cochilos durante o vôo. Hong Kong é uma das únicas "Cidade/Estado" da China que não precisa de visto para nós, brasileiros (Macau também não precisa). A imigração foi super rápida e o oficial não perguntou nada sobre a minha estada, apenas me pediu os documentos e me entregou um papel de entrada no país (não tem carimbo no passaporte, buááá). É importante não perder o papel da imigração, pois você entregará no momento da saída do país.
Dia da Chegada - Day 1
Escolhi um Hotel localizado em Wan Chai, na ilha de Hong Kong. Pra quem não sabe, Hong Kong é uma ilha, e Kowloon é a parte que fica no território do continente asiático. Após pegar o mochilão, peguei o Airport Express, metrô bala para sair do aeroporto e chegar até a Estação Central de metrô, onde peguei o metrô regional até a Estação Wan Chai.
As estações de metrô de Hong Kong são extremamente modernas e limpas (comparadas com outras metrópoles que já conheci). Também extremamente cheias. Mas existe uma certa ordem e não demora até conseguirmos embarcar em um do vagões.
A língua, você deve estar pensando. Como ir pra Hong Kong sem falar chinês ? Uma curiosidade: Hong Kong foi "colônia" britânica até 1997 (sem adentrar muito nos detalhes de guerras e arrendamento), ano em que voltou ao domínio chinês. Então, por óbvio, não é difícil falar inglês por lá (ufa!). As placas do metrô, os estabelecimentos comerciais, a mão inglesa no trânsito, os inúmeros pubs - incluindo os petiscos e os chopps oferecidos - tudo vai fazer você se sentir como se estivesse em um bairro de Londres.
Pois bem. Cheguei a estação Wan Chai. E saí andando tranquilamente pela rua por 8 quarteirões, de mochilão até chegar ao hotel. Sabe aquela cidade que você se sente tranquilo em andar ? Até porque ponderei ser mais difícil pedir um táxi (e aí sim, pra um chinês) do que andar.
Escolhi o Empire Hotel Wan Chai, muuuito bem localizado, na frente de um Outback e de uma rua cheinha de pubs legais e, principalmente, pelo café da manhã oferecido. Pensei que seria difícil comer na rua, pois apesar das semelhanças com o ocidente, eu fico mal humorada de ter que procurar muito por comida de manhã, gosto de acordar e já ter onde tomar café da manhã.
Não me arrependi. Como disse, cheguei descansada, fui desbavar a rua de pubs na frente do hotel. O nome da rua é Lockhard Rd. Ao que me pareceu, os chineses misturam todos os tipos de diversão. Tem gentlemans clubs mas tem uns pubs bem legais e restaurantes também (é a rua do Outback!). De cara dá pra saber qual entrar e qual não entrar.
Conheci dois pubs: o The White Stag e o Queen Victoria. Daí o ponto alto de quem viaja sozinho: você conhece gente. Pra isso, você precisa sair. Ou se hospedar num hostel. Conheci uma garçonete bem simpática no White Stag, que papeou sobre a cidade e me deu dicas sobre os metrôs. No Queen Victoria conheci um médico pneumologista da Austrália que estava numa convenção médica na cidade. É legal saber a impressão das pessoas sobre as coisas. E elas gostam de ser ouvidas também.
Day 2 - Conhecendo Peak Victoria, giro pela cidade e mais pubs a noite
Como fui dormir no horário de lá (por volta de meia noite e meia), acordei no horário da manhã de lá, pronta para tomar café. Pensei: "Não sofri com o jet lag! Que legal!".
Um parêntese: da minha cidade onde moro (Manaus/Amazonas), Hong Kong tem exatamente 12 horas a mais do que onde estou. Isto quer dizer que quando são dez da manhã lá, na minha cidade são dez da noite.
Segui de MTR (nome do metrô de lá, não é subway tá gente!! Subway é um tipo de passagem subterrânea) até a estação Central e andar por uns lugares incríveis com prédios altos até chegar no Peak Tram (tem várias placas indicando o caminho)
Segui de MTR (nome do metrô de lá, não é subway tá gente!! Subway é um tipo de passagem subterrânea) até a estação Central e andar por uns lugares incríveis com prédios altos até chegar no Peak Tram (tem várias placas indicando o caminho)
O Peak Victoria é um mirante maravilhoso, com uma vista espetacular de toda a baía Causeway, o qual você chega através de um bondinho (muito parecido com o nosso do Cristo Redentor!). Com certeza é de visitação obrigatória se estiver na cidade (principalmente se você tiver uma quedinha por alturas como eu !!) olhem essa vista, genteeee:
Não sei se foi a altura ou o calor (ou os dois!), sei que quando estava saindo do Peak Victoria, advinhem: o jet lag resolveu dar as caras!! Isso mesmo, não importa se no avião passei a viagem dormindo ou se dormi e acordei na hora de lá na noite anterior....ele dá as caras !! É fisiológico, o corpo humano é fantástico, não adianta tentar enganar... Ele sabia que ainda que estivesse o sol a pino de 2 da tarde, pra ele era 2 da manhã!!! E começou a bater o cansaço... Ainda dei uma voltinha pela Times Square (sim, eles tem uma Times Square!!), mas precisei voltar logo depois pra dar mais uma enganadinha no corpo e dormir um pouco.
Tive que botar os óculos para disfarçar a cara de cansadaa.....Times Square em Hong Kong é um complexo de lojas, a maioria conhecemos, como Chanel, Zara, Givenchy, L'Ocittane, entre outras tantas para desespero do nosso bolsinho ! Como fui na época mais alta para o dólar, fiquei só olhando... hahahaha
Voltei de MTR para o Hotel, onde dei uma descansadinha de 3 horas. Acordei e resolvi jantar no Outback da frente do hotel (até porque não tinha almoçado nada). Nada que um banho e uma make não resolvam para a coragem de uma mulher, não é ?
O menu do restaurante é praticamente o mesmo dos que encontramos aqui no Brasil ou nos EUA. Isso inclui aquela caneca de chopp geladinho pra refrescar (ou os drinks, pra quem curte!)
Aiii gente ! Confesso que fiquei com medo de comer as coisas estranhas que os chineses comem! Pra quem gosta, vai achar sim restaurantes de todos os tipos (e todo tipo de comida!). Mas fiquei mesmo no salmãozinho grelhado, que estava uma delícia, por sinal!
Tá. O combinado era ir no Outback comer e tomar um choppinho. Mas o bom de ir sozinha é que você combina e descombina coisas mentalmente a toda hora. Principalmente se você for geminiana. Como no dia anterior já havia conhecido dois pubs na Lockhart Rd, resolvi caminhar pela rua de trás, a Jaffe Rd. Tudo isso a pé do meu hotel.
Tudo bem que era uma terça feira. Mas eu estava de férias e em Hong Kong (uma das principais metrópoles do mundo). Então, caminhando, me deparei com um pub chamado Dusk Till Dawn (isso mesmo, o nome em inglês do filme Um drink no inferno). E ele era lindo! E a trilha sonora era rock E...iria começar música ao vivo! Vários tipos de chopp diferentes (inclusive de Singapura e Austrália) Ok, eu já tinha me convencido na primeira justificativa. Entrei.
Experimentei alguns tipos de chopp e a banda começou a tocar músicas tipo "americanizadas", daquelas que tocam na Jovem Pan de várias épocas. Depois um rock light beirando o pop. Muito agradável.
Vi que o local começou a lotar. Nenhum local. Como eu sei ? Todos olhinhos graúdos.. hahaha
Com o avançar das músicas, fiz várias amizades por lá. Duas aeromoças da British Airways que estavam em seu intervalo entre vôos. Depois, um grupo de seis rapazes que estavam a trabalho em uma multinacional, de diversos países da Europa (Irlanda, Londres, Holanda). Nos juntamos num grupo só, para dançar e nos divertirmos.
Viajar só também é a arte de multiplicar pessoas, onde se chega um e sai oito ou nove... e essa é a experiência mais engrandecedora que você pode ter. Lembranças de diversão, boas conversas e risadas. Na maioria das vezes, você não vai mais ver essas pessoas nunca mais. Mas, vamos fazer parte das memórias uma das outras para o resto da vida. E isso nos faz sentir parte de um todo maior, onde você enxerga o mundo em sua real dimensão e não do tamanho de seus pequenos problemas.
Lá ainda encontramos a Alice (do país das maravilhas da Disney Hong Kong) e ela nos chamou para outro pub na mesma rua, esse de rock meeesmo. Advinhem o nome? Amazônia Bar!! E fui com meus novos amigos onde fizemos festa até as 3 da manhã, hora que me despedi e eles ainda ficaram. Party hard !!!
To be continued.. (continua em outro post, pois este ficou gigante)
Keep Walking, gente !!
And party every day (pelo menos nas férias!!) hahaha













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